Bernardo Mançano Fernandes y el territorio como proceso espacial de construcción política. Las propuestas sobre el poder, la escala y la multiterritorialidad. Translated title: Bernardo Mançano Fernandes et le territoire comme processus spatial de construction politique. Les propositions sur le pouvoir, l’échelle et la multiterritorialité Translated title: Bernardo Mançano Fernandes and the territory as a spatial process of political construction. Proposals on power, scale and multiterritoriality. Translated title: Bernardo Mançano Fernandes e o território como processo espacial de construção política. As propostas sobre poder, escala e multiterritorialidade.

Abstract

Resumen El territorio es un concepto de origen geográfico con más de un siglo de historia y desde hace varias décadas ha cobrado una notoria visibilidad en las Ciencias Sociales de Europa, Norteamérica y América Latina. Este concepto ha servido para explicar diversos procesos políticos, socioeconómicos y culturales, en ámbitos urbanos y rurales contemporáneos. Dentro de este marco conceptual, este artículo argumenta que, debido a su configuración como una construcción con base en la fragmentación/apropiación espacial y con características específicas (soberanía, totalidad, multidimensionalidad, multiescalaridad), la propuesta de territorio del geógrafo brasileño Bernardo Mançano Fernandes permite abordar procesos políticos y socioeconómicos de manejo y control de determinados espacios, en el contexto de ciertos agentes sociales e instituciones estatales y económicas. Este trabajo tiene dos aportes principales: 1) por un lado, muestra que la propuesta de Fernandes pone en el centro de su análisis las relaciones de poder desiguales entre diversos los sujetos sociales y en diversos órdenes escalares; 2) por otro lado, esta concepción de territorio tiene una comprensión amplia y multiescalar de las relaciones de poder entre sujetos sociales e instituciones que construyen territorios. Esto permite una lectura del territorio que, no sólo se limita al abordaje preferente del Estado nación, sino que considera otros actores clave (como los campesinos y los agronegocios).

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Résumé Le territoire est un concept d’origine géographique et depuis plusieurs décennies, il a gagné en visibilité dans les Sciences Sociales d’Europe, d’Amérique du Nord et d’Amérique latine. Ce concept a servi à expliquer les processus politiques, socio-économiques et culturels dans les contextes urbains et ruraux contemporains. Dans ce cadre conceptuel, cet article fait valoir qu’en raison de sa configuration de construction basée sur la fragmentation/appropriation spatiale et avec des caractéristiques spécifiques (souveraineté, totalité, multidimensionalité, multi-échelle), la proposition territoriale du géographe brésilien Bernardo Mançano Fernandes permet d’analyser les politiques et les processus socio-économiques de gestion et de contrôle de certains espaces, dans le contexte des agents sociaux et des institutions étatiques et économiques. Ce travail a deux contributions principales : 1) d’une part, la proposition de Fernandes place au centre de son analyse les relations de pouvoir inégales entre les sujets sociaux et dans divers ordres d’échelles; 2) d’autre part, cette proposition territoriale a une conception large et multi-échelle des relations de pouvoir entre les sujets sociaux et les institutions qui construisent les territoires. Cela permet une lecture du territoire qui ne se limite pas seulement à l’État-nation, mais prend également en compte d’autres acteurs clés (tels que les paysans et l’agro-industrie).

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Abstract The territory is a concept with geographical origin and for several decades it has gained visibility in the Social Sciences of Europe, North America, and Latin America. This concept has explained political, socio-economic, and cultural processes in contemporary urban and rural settings. Within this conceptual framework, this article argues that, due to its configuration as a construction based on spatial fragmentation/appropriation and with specific characteristics (sovereignty, totality, multidimensionality, multilevel), the territory proposal of the Brazilian geographer Bernardo Mançano Fernandes allows us to analyse political and socioeconomic processes of management and control of certain spaces, in the context of social agents and state and economic institutions. This work has two main contributions: 1) on the one hand, Fernandes’ proposal places at the centre of his analysis the unequal power relations between social subjects and in various levels; 2) on the other hand, this territory conception has a broad and multiscale understanding of the power relations between the social subjects and institutions that build territories. This allows a reading of the territory that is not only limited to the Nation state, but also considers other key actors (such as peasants and agribusiness).

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Resumo O território é um conceito de origem geográfica com mais de um século de história e desde há várias décadas tem ganho notória visibilidade nas Ciências Sociais da Europa, América do Norte e América Latina. Este conceito tem servido para explicar vários processos políticos, socioeconómicos e culturais, nos âmbitos urbanos e rurais contemporâneos. Dentro desse quadro conceptual, este artigo argumenta que, devido à sua configuração como uma construção baseada na fragmentação/apropriação espacial e com características específicas (soberania, totalidade, multidimensionalidade, multiescalaridade), a proposta de território do geógrafo brasileiro Bernardo Mançano Fernandes permite abordar processos políticos e socioeconómicos de gestão e controle de determinados espaços, no contexto de determinados agentes sociais e instituições estatais e económicas. Este trabalho tem duas contribuições principais: 1) por um lado, mostra que a proposta de Fernandes coloca no centro da sua análise as relações de poder desiguais entre diversos sujeitos sociais e em diversos níveis; 2) por outro lado, esta conceção de território tem uma compreensão ampla e multiescalar das relações de poder entre sujeitos sociais e instituições que constroem territórios. Isto permite uma leitura do território que não se limita apenas à abordagem preferencial do Estado-nação, mas também considera outros atores-chave (como os camponeses e os agronegócios).