Propranolol plasma levels and kinetic disposition may be altered by hypothermic cardiopulmonary bypass (CPB-H). We investigated the potential influence of obesity on propranolol pharmacokinetics in patients undergoing coronary artery bypass grafting employing CPB-H. Fifteen patients, receiving propranolol perorally pre- (10-40 mg, 2-3 times a day) and post-operatively (10 mg, once a day) were distributed in two groups, based on body mass index (BMI), in obese (n = 9, BMI: mean 29.4 kg/m²) and non-obese (n=6, BMI: mean 24.8 kg/m²). A serial of blood samples was collected at the pre- and post-operative periods at time dosing interval (Ä); propranolol plasma levels were measured one day before and after surgery using a high performance liquid chromatographic procedure described previously. PK Solutions software 2.0 was applied to obtain pharmacokinetic parameters. No changes on kinetic parameters as biological half-life (t1/2, p = 0.0625, NS), volume of distribution (Vd/F, p=0.8438, NS) and plasma clearance (CL T/F, p = 0.1563, NS) were obtained for the non-obese patients, while a prolongation of t1/2 (3.2 to 11.2 h, p< 0.0039), an increase on Vd/F (3.0 to 7.7 L/kg, p<0.0039) and reduction on CL T/F (11.3 to 9.2 mL/min.kg, p<0.0391) were obtained in the post-operative period for obese patients. Pharmacokinetic data could justify propranolol plasma concentrations in obese patients higher than in non-obeses, after surgery.
As concentrações plasmáticas e a disposição cinética do propranolol podem ser alteradas pela circulação extracorpórea (CEC). Investigou-se a influência da obesidade na farmacocinética do propranolol em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio empregando a CEC. Investigaram-se quinze pacientes, recebendo cronicamente propranolol no pré- (10-40 mg, 2 a 3 vezes ao dia PO) e no pós-operatório (10 mg, 1 vez ao dia) sendo os mesmos distribuídos em dois grupos: obesos (n = 9, média 29,4) kg/m²; e não-obesos (n = 6, média 24,8 kg/m²). Colheram-se amostras seriadas de sangue nos períodos pré- e pós-operatório (Ä); determinaram-se as concentrações plasmáticas do propranolol através da cromatografia líquida de alta eficiência. Aplicou-se o software PK Solutions 2.0 para estimativa dos parâmetros cinéticos. Não se registrou alteração na farmacocinética do propranolol avaliada através dos parâmetros meia-vida biológica (t1/2), volume de distribuição aparente (Vd/F) e depuração plasmática (CL T/F) no grupo de pacientes não-obesos, enquanto prolongamento relevante da t1/2 (3,2 para 11,2 h, p<0,0039), aumento no Vd/F (3,0 para 7,7 L/kg, p < 0,0039) e redução no CL T/F (11,3 para 9,2 mL/min.kg, p<0,0391) foram observados no grupo de pacientes obesos, no pós-operatório de revascularização do miocárdio empregando circulação extracorpórea e hipotermia. Os parâmetros farmacocinéticos obtidos poderiam justificar as concentrações plasmáticas do propranolol nos pacientes obesos superiores àquelas obtidas para não obesos após a cirurgia cardíaca.