Lost and Found: Bourgeois Dependency Theory and the Forgotten Roots of Neodevelopmentalism

Abstract

Neodevelopmentalism emerged in Brazil and Argentina in the aftermath of the demoralization of the Washington Consensus. Although its intellectual proponents place it within the long tradition of Latin American developmentalism, an important theoretical origin of neodevelopmentalism—dependency theory—has so far been ignored. The term appeared for the first time in 1978 as an expletive in the heated controversy between Ruy Mauro Marini and Fernando Henrique Cardoso and José Serra in the Revista Mexicana de Sociología. Breaking with the supposition that underdevelopment could be overcome only through social revolution, Cardoso and Serra embraced a perspective of long-term social transformation based on class alliances with fractions of the national bourgeoisie and international capital. This perspective was gradually weakened and finally abandoned in favor of full-fledged neoliberalism when Cardoso became president of Brazil in 1994, only to be resuscitated by so-called pink-tide administrations after 2002.

O neodesenvolvimentismo surgiu no Brasil e na Argentina após a desmoralização do Consenso de Washington. Embora seus proponentes intelectuais o coloquem dentro da longa tradição do desenvolvimentismo latino-americano, uma importante origem teórica do neodesenvolvimentismo - a teoria da dependência - até agora foi ignorado. O termo apareceu pela primeira vez em 1978 como um palavrão na polêmica acalorada entre Ruy Mauro Marini e Fernando Henrique Cardoso e José Serra na Revista Mexicana de Sociología. Rompendo com a suposição de que o subdesenvolvimento só poderia ser superado por meio da revolução social, Cardoso e Serra abraçaram uma perspectiva de transformação social de longo prazo baseada em alianças de classe com frações da burguesia nacional e do capital internacional. Essa perspectiva foi gradualmente enfraquecida e finalmente abandonada em favor do neoliberalismo completo quando Cardoso se tornou presidente do Brasil em 1994, apenas para ser ressuscitada por administrações da chamada maré rosa após 2002.