Após a estabilização da inflação com o Plano Real em 1994, a taxa de desemprego dos jovens no Brasil aumentou significativamente em relação aos adultos. De acordo com o argumento proposto neste artigo, a maior rigidez salarial provocada pela estabilização da inflação e o elevado grau de incerteza dos empregadores sobre a rodutividade dos trabalhadores mais jovens foram importantes para explicar esse resultado. Como parte das informações sobre a produtividade é revelada com a experiência no mercado de trabalho, a estabilização deve ter limitado a capacidade das firmas ajustarem o salário real à medida que adquirem mais informações sobre os trabalhadores jovens. Com isso, os ajustes nas situações em que a produtividade do trabalhador se revela inferior ao salário real passam a ser feitos através do emprego. Usando dados da PNAD para o período de 1981 a 2002 são encontradas evidências consistentes com esse argumento, já que reduções na taxa de inflação parecem ter aumentado o desemprego e reduzido a duração média do emprego de todos os grupos etários, mas de maneira mais acentuada para os trabalhadores jovens.
Following the inflation stabilization with the Real Plan in 1994, the youth unemployment rate in Brazil increased substantially relative to prime-age adult workers. We argue in this paper that the increased wage rigid due to inflation stabilization and the employers' uncertainty about young workers productivity were important factors for this unemployment rate pattern. More information about productivity is revealed to the employer as the worker accumulates experience in the labor market. Therefore, low inflation rates should have restricted firms' capacity to change real wage as more information is acquired, and when the worker productivity is revealed lower than the real wage, adjustments are realized thought employment reduction. Using PNAD data from 1981 to 2002, the evidence is consistent with our argument. The results show that inflation is negatively related to unemployment rate and positively associated to employment duration, but these relationships are more intense for young workers.