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      “Meu Sonho É Ser Compreendido”: Uma Análise da Interação Médico-Paciente Surdo durante Assistência à Saúde Translated title: “My Dream Is To Be Understood”: an Analysis of the Doctor-Deaf Patient Interaction during Health Care

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          Abstract

          Resumo: Introdução: A comunidade surda representa uma importante parcela da população brasileira que enfrenta inúmeras barreiras na acessibilidade à saúde. Falhas de comunicação aumentam as chances de diagnósticos equivocados, erros de prontuário, constrangimentos, não adesão ao tratamento, sofrimento e insatisfação do usuário. Este estudo teve como objetivos caracterizar os atendimentos de saúde aos surdos, na perspectiva dos profissionais médicos, dos internos de Medicina e dos próprios usuários, e discutir as estratégias desenvolvidas na interlocução e interação médico-paciente e as ferramentas para o aprimoramento da prática médica. Método: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, com análise integrada de conteúdo. Participaram da pesquisa 181 indivíduos que foram divididos em três grupos: profissionais médicos (n = 46), graduandos de Medicina da quinta e sexta séries (n = 54) e indivíduos surdos (n = 81). Utilizaram-se dois instrumentos semiestruturados: um para médicos e internos e outro para surdos. Realizou-se uma análise descritiva das variáveis quantitativas com distribuições percentuais para variáveis categóricas e medida de tendência central e dispersão para variáveis numéricas. As respostas das questões dissertativas foram organizadas em três corpus textuais relacionados ao sentimento dos profissionais médicos, internos e surdos durante o atendimento. Em seguida, o material foi submetido à análise lexicográfica com auxílio do software IRaMuTeQ. Resultado: Dentre os médicos e acadêmicos, 76% afirmaram que já atenderam um paciente com surdez grave parcial ou severa. Embora 49% dos surdos tenham afirmado que já sentiram algum desconforto e também alguma segurança no atendimento, 55,5% mencionaram que já deixaram de ir ao médico por medo de não serem compreendidos ou relataram algum problema, como dor, desconforto ou angústia. A participação de acompanhantes como mediadores da relação médico-paciente foi a estratégia mais apontada por todos os participantes. Entre os entrevistados surdos, outras estratégias frequentes mencionadas foram leitura labial e Libras; no caso dos médicos, mímica e escrita; em relação aos internos, leitura labial e escrita. Todas as estratégias não são resolutivas. Conclusão: As percepções dos diferentes atores da interação médico-paciente analisados mostraram diferença de satisfação com o serviço e riscos à saúde dos surdos, o que significa que falta planejamento multimodal com estratégias de comunicação efetivas.

          Translated abstract

          Abstract: Introduction: The deaf community represents a significant portion of the Brazilian population that faces numerous barriers in access to health care. Communication failures increase the chances of misdiagnosis, errors in medical records, embarrassment, non-adherence to treatment, suffering and user dissatisfaction. The study aimed to characterize health care for deaf people from the perspective of medical professionals, medical interns and the patients themselves, discussing the strategies developed in the dialogue and physician-patient interaction, and the tools for the improvement of medical practice. Method: An observational, descriptive study based on integrated content analysis. A sample of 181 participants divided into three groups: medical professionals (n=46), medical students from the fifth and sixth year (n=54) and deaf individuals (n=81). Two semi-structured instruments were used, one for doctors and interns and one for the deaf. Descriptive analysis of the quantitative variables was performed with percentage distributions for categorical variables and measure of central tendency and dispersion for numerical variables. The answers to the essay questions were organized into three groups of texts and the material was submitted to lexicographic analysis with the support of IRaMuTeQ software. Results: 76% of doctors and academics said they had already treated a patient with severe or partial deafness. Although 49% reported discomfort, but also feeling secure when treating deaf patients, 55.5% of the deaf said they had already stopped going to the doctor, or reporting any problems, such as pain, discomfort or anguish, for fear of not being understood. The participation of caregivers as mediators of the doctor-patient relationship was the most frequent communicational strategy pointed out by all participants. Other frequent strategies identified by the deaf interviewees were lip reading and LIBRAS; by the doctors, mime and writing; and by the interns, lip reading and writing; all of which are non-resolving strategies. Conclusions: The perceptions of the different actors of the doctor-patient interaction analyzed showed differences in satisfaction with the service and health risks for the deaf, lacking multimodal planning with effective communication strategies.

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          Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais

          Freqüentemente, a descrição de pesquisas de natureza observacional é inadequada, dificultando a avaliação de seus pontos fracos e fortes e, em conseqüência, a generalização de seus resultados. A iniciativa denominada Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), formulou uma lista de verificação que contém 22 itens, denominada STROBE Statement ("Declaração STROBE"), com recomendações sobre o que deveria ser incluído em uma descrição mais precisa e completa de estudos observacionais. Entre junho e dezembro de 2008, um grupo de pesquisadores brasileiros dedicou-se à tradução e adaptação da "Declaração STROBE" para o português. O objetivo do estudo foi apresentar a tradução para o português, bem como introduzir a discussão sobre o contexto de utilização, as potencialidades e limitações da Iniciativa STROBE.
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            Conhecimento de Libras pelos Médicos do Distrito Federal e Atendimento ao Paciente Surdo

            RESUMO O ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas escolas médicas é pouco difundido, e este cenário pode dificultar o atendimento de importante parcela da população: o paciente surdo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 24% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, sendo parte de um grupo conhecido como vulneráveis. A surdez está entre as deficiências mais prevalentes, e no contexto do atendimento médico a dificuldade em atender integralmente o paciente surdo constitui um problema de saúde pública relevante, mas pouco abordado. O objetivo do presente estudo foi avaliar o conhecimento de Libras por médicos do Distrito Federal e sua percepção frente ao atendimento de pacientes surdos. Assim, foi realizado um estudo observacional transversal e descritivo com aplicação de questionários a 101 médicos escolhidos ao acaso, atuantes no Sistema Único de Saúde (SUS) no Distrito Federal. Foram entrevistados médicos de 24 especialidades, com idade média de 41 anos. Deles, 92,1% já atenderam um paciente surdo e 76,2% consideraram o conhecimento de Libras importante para sua prática médica, mas apenas um relatou conhecimento básico na lingua. Quanto ao sentimento do médico no atendimento, houve predomínio de incerteza e desconforto. Um número significativo de médicos já realizou atendimento de pacientes surdos em sua prática profissional no SUS, e a maioria considerou o conhecimento de Libras relevante, especialmente os médicos com menos de 55 anos de idade. Possivelmente, o sentimento de desconforto no atendimento decorre do predominante desconhecimento da língua pelos médicos e da conseguinte dificuldade durante o atendimento. Destaca-se a importância da implantação ou ampliação do estudo de Libras antes ou durante a formação médica e dos demais cursos da área de saúde. A conscientização dos profissionais de saúde perante o atendimento integral do paciente surdo é um passo fundamental na implementação efetiva do ensino de Libras de forma especializada no ensino superior, resultando em maior confiança e qualidade na relação médico-paciente.
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              Desenvolvendo atitudes, conhecimentos e habilidades dos estudantes de medicina na atenção em saúde de pessoas surdas

              Desconhecer as pessoas surdas, não possuir habilidades de comunicação e apresentar atitudes negativas em relação a elas pode trazer riscos para a saúde desses pacientes. Descreve-se a experiência de inclusão do tema surdez em disciplina dirigida a estudantes da Universidade Federal Fluminense. Durante duas aulas da disciplina Saúde e Sociedade III, de 2007 a 2010, 553 estudantes de medicina do segundo ano foram expostos a leituras, discussões, vídeo e vivências com participação de pessoas surdas. Foram solicitadas avaliações livres e anônimas. A análise das avaliações revelou temas contemplando a aquisição de conhecimentos, habilidades de comunicação e atitudes positivas em relação a pacientes surdos. O contato direto com pessoas surdas mostrou-se fundamental para a promoção de atitudes positivas. É importante não apenas sensibilizar os estudantes de medicina, mas instrumentalizá-los para um atendimento que garanta a autonomia e independência de pacientes surdos.
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                Journal
                rbem
                Revista Brasileira de Educação Médica
                Rev. bras. educ. med.
                Associação Brasileira de Educação Médica (Brasília, DF, Brazil )
                0100-5502
                1981-5271
                2020
                : 44
                : 4
                : e121
                Affiliations
                [1] Maringá Paraná orgnameCentro Universitário de Maringá Brazil
                Article
                S0100-55022020000400202 S0100-5502(20)04400400202
                10.1590/1981-5271v44.4-20200028
                88621e0b-e1b1-4180-93b4-0f25599f68f8

                This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.

                History
                : 23 July 2020
                : 31 January 2020
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                SciELO Brazil

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                Artigo Original

                Health Care,Surdez,Ensino,Relações Médico-Paciente,Comunicação em Saúde,Atenção à Saúde,Acesso aos Serviços de Saúde,Deafness,Physician-Patient Relations,Sign Language,Teaching,Health Communication,Health Services Accessibility,Linguagem de Sinais

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