Resumo: Este trabalho traça uma trajetória do Convento do Espírito Santo, de Santo Amaro (SC), destacando as imbricações entre espaço público e religião. Esse convento foi marcado por frei Hugolino (1926-2011), um franciscano que lá praticava curas. Depois de sua morte, o chamado Conventinho foi locado pela prefeitura a fim de preservar a “memória” da cidade e desenvolver “turismo religioso”. Essa circulação entre secular e religioso se expressa nos objetos do museu lá mantido. As peças, expostas como patrimônio histórico, são objetos de devoção de visitantes e funcionários do prédio. Essas práticas devocionais não apenas refletem a posição privilegiada do catolicismo no espaço público, onde pode emergir como “arte”, “história” ou “cultura”, mas mostram os vazamentos das práticas católicas, marcadas por atravessamentos.
Abstract: This article addresses the social biography of Espírito Santo’s Convent, in Santo Amaro (SC), Brazil, in order to highlight the imbrications between public space and religion. This convent was the place where lived Friar Hugolino (1926-2011), a Franciscan who promoted healing activities there. After his death, the so-called Conventinho was rented by the municipality in order to preserve the “memory of the city” and to promote “religious tourism”. This circulation between the secular and the religious is expressed in the objects displayed in the museum installed there. Some pieces, exposed as historical patrimony, became objects of devotion by visitors and employees of the building. These devotional practices reflect the privileged position of Catholicism in the public space, where they can emerge as “art”, “history” or “culture”, but they also give place to (not only) Catholic practices.