Não está claro na literatura se as pessoas que usam a internet excessivamente estão a maior parte do tempo envolvidas de uma forma generalizada ou se, de facto, o uso excessivo se encontra associado a atividades online específicas. O presente estudo teve como objetivo geral a avaliação das mudanças percebidas no comportamento online face a cenários hipotéticos no contexto virtual.
A amostra foi constituída por 144 (idades: M = 21; DP = 11.94) utilizadores de internet. As atividades preferidas na internet, a sua indisponibilidade e as horas online foram avaliadas em concomitância com a perceção da qualidade de vida geral, face à perceção subjetiva de dependência da internet através de uma metodologia exploratória.
Verificou-se uma tendência para a preferência de acesso móvel à internet e maior popularidade das atividades online de natureza social. Adicionalmente, a ausência das aplicações favoritas reduziriam significativamente o tempo despendido online e cerca de um terço dos utilizadores optariam por não acederem mais à internet sem as aplicações e funções preferidas. Por fim, a perceção de qualidade de vida geral variou significativamente em função do número de anos de utilização da internet e da perceção subjectiva de dependência da internet, que não obstante, variou em função dos sexos.
It is not clear in the literature whether people who engage in excessive Internet use spend most of their time just surfing in general, or if the excessive behaviour is associated with other specific online functions or applications. In the present study, the possible outcomes in the perceived online behaviours using hypothetical scenarios where participants' favourite applications would not be accessible online were investigated.
The sample comprised 144 Portuguese (age: M = 21; SD = 11.94) speakers Internet users recruited from online forums and communities. Preference for specific online content and its unavailability and time spent online were analysed along with perceived quality of life in relation to Internet addiction when self-diagnosed.
A trend for preferring mobile Internet access was found while the unavailability of favourite applications seemed to significantly decrease time spent online. Moreover, nearly one third of the sample would not access the Internet anymore without their favourite applications. Perceived quality of life was found to vary significantly in relation to the amount of years online and Internet addiction self-diagnosis. Moreover, the internet addiction self-diagnosis was influenced by participants' sex.