This paper examines three case studies of rural settlements in the west of Paraná, which were settled in different periods, and are representative of the changes in the Movement of Landless Rural Workers (MST) over the years, particularly as regards the organizational forms assumed by the rural settlements. These were based on the collective organization of production, which, when implemented, provoked conflicts revealing the inadequacies of such model. This paper also highlights the tensions between the leadership of the MST and its base, directly related to the existence of two projects in clear opposition: the ideological political project of the MST leadership and the project for organizing daily life and production by the social base of the movement.
Este artigo resgata três estudos sobre assentamentos rurais, localizados no Oeste paranaense e representativos das mudanças pelas quais passou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ao longo dos anos, sobretudo no que se refere às modalidades organizacionais definidas para os assentamentos rurais. Essas modalidades tiveram como base a organização coletiva da produção e, quando foram implantadas, provocaram conflitos e enfrentamentos, evidenciando equívocos na adoção de tipologias modelares da organização da produção nos assentamentos rurais. O texto analisa os muitos desencontros entre direção e base do MST como resultado da existência de dois projetos em franca colisão: o projeto político-ideológico da direção do MST e o projeto de vida e de organização da produção da base social do movimento.