Objetivo: A laqueação e secção do cordão umbilical são procedimentos universais ao nascimento, marcando o início do processo de cicatrização do coto remanescente. Os cuidados ao coto umbilical, com vista à redução do risco infeccioso e morbimortalidade associada, variam com a tradição do país e a prática das diferentes unidades de saúde, persistindo controvérsia acerca dos melhores cuidados a instituir. O objetivo desta revisão é determinar, à luz da evidência atual, se a desinfeção do cordão umbilical contribui para uma redução da morbilidade perinatal dos recém-nascidos com parto em contexto hospitalar nos países desenvolvidos. Fontes de dados: MEDLINE, National Guideline Clearinghouse, NICE Guidelines Finder, Canadian Medical Association Practice Guidelines Infobase, The Cochrane Library, DARE, Bandolier, sítios de medicina baseada na evidência e referências bibliográficas dos artigos selecionados. Métodos de revisão: Foi feita uma pesquisa de normas de orientação clínica, meta-análises, revisões sistemáticas e ensaios clínicos aleatorizados. Foram utilizados os termos MeSH Chlorhexidine , Disinfectants e Umbilical cord e pesquisados artigos publicados desde agosto 2005 até agosto 2015, em inglês, castelhano e português. Para avaliação dos níveis de evidência e atribuição das forças de recomendação foi usada a escala Strength of recommendation taxonomy, da American Family Physicians. Resultados: Da pesquisa efetuada foram encontrados 315 artigos, dos quais três cumpriam os critérios de inclusão: uma meta-análise, que revelou não haver diferenças significativas na incidência de onfalite com a aplicação de antisséptico comparando com placebo; e duas normas de orientação clínica, que referiam que a aplicação de antimicrobianos não é superior à lavagem e secagem do cordão umbilical para a prevenção de infeções e colonização bacteriana do cordão. Conclusões: A evidência disponível não é suficiente para a recomendação de uso de antissépticos no cordão umbilical em contexto hospitalar nos países desenvolvidos (força de recomendação A). Neste contexto aconselha-se, portanto, apenas a lavagem e secagem do cordão. Contudo, existe ainda a necessidade de mais estudos de elevada qualidade (nomeadamente ensaios controlados e aleatorizados), de metodologia homogénea e amostras relevantes que suportem esta evidência.
Objective: Umbilical cord care differs across cultures. Aseptic technique is generally accepted, although there is much debate on the best treatment. Keeping the umbilical cord stump clean and dry is often neglected. The aim of this study is to determine if umbilical cord disinfection reduces perinatal morbidity of newborns delivered in the hospital setting in developed countries. Data sources: MEDLINE, National Guideline Clearinghouse, NICE Guidelines Finder, Canadian Medical Association Practice Guidelines Infobase, The Cochrane Library, DARE, Bandolier, evidence-based medicine websites and bibliographic references of the selected articles were searched. Revision methods: A study of clinical guidelines, meta-analyses, systematic reviews and randomized clinical trials was carried out. The MeSH terms used were Chlorhexidine , Disinfectants and Umbilical cord for studies published between August 2005 and August 2015 in English, Spanish and Portuguese. To evaluate the levels of evidence and strength of recommendations, the Strength of recommendation taxonomy scale of American Academy of Family Physicians was used. Results: The search produced 315 results. Of these, three publications were included. One meta-analysis showed no significant difference in omphalitis with application of antiseptic versus placebo. Two clinical guidelines stated that application of antimicrobials was not superior to dry cord care in preventing cord infection and bacterial colonization. Conclusions: The analysis of the articles selected showed that there is insufficient evidence to advise the use of antiseptics in the care of the umbilical cord of infants born in hospital in developed countries (strength of recommendation A). Dry cord care is recommended. More high quality studies are needed including randomized controlled trials in relevant populations.