Na região sul do Brasil, tem aumentado o interesse pela busca de alternativas para a instalação de culturas, no sistema plantio direto, em áreas novas, sem proporcionar revolvimento do solo. Com o objetivo de avaliar as alterações químicas do solo e a resposta da soja ao calcário e gesso aplicados no sistema plantio direto, foi realizado um experimento em um Latossolo Vermelho distrófico textura argilosa, em Ponta Grossa (PR), no período de 1998 a 2001. Os tratamentos, dispostos em blocos completos ao acaso em parcelas subdivididas, com três repetições, constaram da aplicação de calcário dolomítico (sem calcário e 4,5 t ha-1 de calcário na superfície, em dose total e 1/3 da dose por ano durante três anos, e incorporado), nas parcelas, e doses de gesso (0, 3, 6 e 9 t ha-1), nas subparcelas. A correção da acidez pela calagem na superfície ou incorporada foi mais acentuada na camada superficial do solo (0-5 cm) e houve maior reação nas profundidades de 5-10 e 10-20 cm, quando o calcário foi incorporado. Os efeitos benéficos da calagem na correção da acidez do subsolo foram pouco pronunciados e mais evidentes com a incorporação do calcário no solo. O gesso melhorou o subsolo, aumentando o pH (CaCl2 0,01 mol L-1) e os teores de Ca e S-SO4(2-), aumentou a concentração de P na camada superficial do solo (0-5 cm) e no tecido foliar da soja e reduziu o Mg no solo e nas folhas. Não houve resposta da soja, em três cultivos, ao calcário e gesso aplicados. Concluiu-se que a aplicação de gesso agrícola, associada ou não à calagem na superfície ou com incorporação, não foi uma estratégia interessante para o estabelecimento da soja no sistema plantio direto, por não ocasionar melhoria na produção de grãos.
There has been an increasing interest to search alternatives for the establishment of crops under no-tillage systems in the southern region of Brazil, opening up new areas without soil disturbance. A field trial was carried out on a dystrophic Clay Rhodic Hapludox in Ponta Grossa, Paraná State, Brazil, from 1998 to 2001, with the aim to evaluate changes in chemical soil characteristics, as well as the soybean response to lime and gypsum applications in a no-tillage system. A completely randomized block design with three replications in a split-plot experiment was used. The main plots received dolomitic limestone treatments (no lime, total rate of 4.5 t ha-1 of lime, 1/3 of this dosage during three years, as surface application and incorporated into the soil) and the subplots, the gypsum rates (0, 3, 6, and 9 t ha-1). Liming, whether surface applied or incorporated into the soil, provided a more accentuated soil acidity correction in the superficial layer (0-5 cm), but there was a stronger reaction in the 5-10 and 10-20 cm layers when lime was incorporated into the soil. The beneficial effects of lime for subsoil acidity correction were not very pronounced and more evident where lime was incorporated. Gypsum improved the subsoil, increasing the pH (CaCl2 0.01 mol L-1), Ca, and S-SO4(2-) concentrations, P concentrations in the superficial soil layer (0-5 cm) and in soybean leaves, and decreased Mg concentrations in the soil and soybean leaves. Results showed no soybean response, in three years, to lime and gypsum treatments. It was concluded that gypsum, whether applied as superficial or incorporated liming, did not present an interesting strategy for the installation of soybean crop in a no-tillage system, since no improvement in grain yields could be observed.