Considerando o Maio de 68 uma abreviação do tempo histórico que condensa várias experiências do político, este trabalho procura traduzir o passado no presente, no sentido benjaminiano da comemoração. Comemorar uma data significa nascer em cada novo aniversário. Procura-se mostrar uma verdadeira mutação do imaginário coletivo que desconhece a transcendência do poder e a eficácia de suas leis. O movimento não se pautou nem pelo ideário da "sociedade do espetáculo" nem por suas leis. Reunindo o poético e o político, afirmou a verdade triunfante do desejo. Seja compreendido como levante, revolta ou revolução, pode-se dizer ter sido um "ensaio" da revolução que, pela não violência, por uma generosa cultura do cosmopolitismo e do internacionalismo, indicou a passagem do "socialismo científico" ao socialismo, finalmente possível - o utópico. Reflete ainda sobre os ícones revolucionários e suas ressignificações, estabelecendo a diferença entre o herói mítico e o herói histórico, entre Lenin ou Trotsky, Rosa Luxemburgo ou Fidel e o mítico Guevara.
Considering May as an abreviation of the historical time which concentrates lots of expeiriences in politics, this text tries to translate the past into present, in the benjaminian sense of celebration. To celebrate a date is to be born in each birthday. It is intended to show true mutations of colective imaginary which doesn't know the transcendency of the power and the efficiency of its laws. This movement was neither guided by the set of ideas of "a show society" or its laws. Gathering together the politician and the politician, it assured the truth of the desire. Whereas it is understood as insurration, rebelion or revolution, it can be said to be a "reharsal " of the revolution , which using no violence, generous culture of cosmopolitism , and intencionalism, has indicated the way from the "scientific socialism ' to the socialism which was possible to be stablished, the Utopic. This text also reflects about some revolutionary icons and their new meanings , setting the difference between the mythical hero and the historical hero, between Lenin or Trotsky, Rosa Luxemburgo or Fidel and the myth Guevara.