Local Ecological and Taxonomic Knowledge (LEK) of fish held by fishermen in the municipality of Ilhéus, Bahia, Brazil, known as the snapper ("vermelho") was examined from August 2005 to November 2006. Semi-structured interviews and tests were made with fishermen selected under the criteria of "specialists". The data analysis followed the union model of the different individual competences. Grouping analysis was performed on data referring to the localities of the occurrence of these fish, depth, coloration, and morphological characteristics of the species using the Pearson correlation coefficient (UPGMA). A total of 19 species were named within the snapper group, although three of them could not be scientifically identified. The Lutjanidae family presented the greatest numbers of species (n = 9). Other families mentioned were: the Serranidae (n = 3), Holocentridae (n = 2), Priacanthidae (n = 1), Mullidae (n = 1). The 1:1 correspondence between fishermen's local names and scientific species observed in this study indicates the richness of local fishermen knowledge. Analysis of the LEK related to the feeding habits of these fish and indicated that most were considered as being carnivorous, which agrees with the specialized literature consulted. In terms of their spatial distribution, two categories were detected: locality of occurrence (rivers/sea, coast, and offshore) and depth (surface, mid-depth, mid-depth/deep, deep). The fish were considered locally to be "winter fish", based on harvested yields. Most of the interviewees knew little about the reproductive aspects of these fish. The main criteria used to identify, name, and classify the species were based on color and morphological aspects. Much of the information gathered in this study agreed with the published literature, which strengthens the importance of including LEK in planning and decision-making processes.
Este estudo analisou o Conhecimento Ecológico Local (CEL) e taxonômico dos peixes conhecidos como vermelhos pelos pescadores no município de Ilhéus, Bahia, no período de agosto de 2005 a novembro de 2006. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e testes projetivos com os pescadores selecionados pelo critério de "especialistas". A análise dos dados seguiu o modelo de união das diversas competências individuais. Foram realizadas análises de agrupamento para os dados referentes ao ambiente de ocorrência, profundidade, coloração e características morfológicas das espécies, utilizando o coeficiente de correlação de Pearson (UPGMA). No total foram citadas 19 espécies compondo o grupo dos vermelhos, sendo que três não foram identificados cientificamente. A família Lutjanidae foi a que apresentou um maior número de espécies (n = 9). Outras famílias encontradas foram a Serranidae (n = 3), Holocentridae (n = 2), Priacanthidae (n = 1) e Mullidae (n = 1). A correspondência de 1:1 obtida entre as espécies citadas pelos pescadores e a espécie científica encontrada neste estudo indica um refinado detalhamento na identificação e distinção. Analisando o CEL referente à alimentação destes peixes, pode-se constatar que a maioria é carnívora, o que está de acordo com a literatura especializada consultada. Para a distribuição espacial foram detectadas duas categorizações: ambientes de ocorrência (rio/mar, costeiro e alto mar) e profundidade (raso, meia-água, meia-água/fundo, fundo). Os peixes pesquisados foram considerados como peixes de inverno, afirmação baseada na produção pesqueira. A maioria dos entrevistados desconhece os fatores relacionados com os aspectos reprodutivos. Os principais critérios utilizados para identificar, nomear e classificar as espécies estão relacionados com a coloração e aspectos morfológicos. Muitas das informações citadas neste estudo estão de acordo com a literatura especializada consultada, o que fortalece a importância e inclusão do CEL nos planos de manejo e na tomada de decisões.