Resumen . El sector de servicio doméstico en Argentina es una actividad importante para una gran cantidad de mujeres trabajadoras; y es un sector feminizado, estrechamente ligado a los cuidados y sumamente heterogéneo, por las múltiples actividades que lo comprenden, sus modalidades y su jornada laboral. Este oficio ejercido “puertas adentro” tiene en su génesis dificultades para la sindicalización y la organización colectiva. Así, el objetivo de este artículo es analizar las experiencias de organización y participación colectiva, sostenidas a través de la mediación digital por las trabajadoras domésticas remuneradas. Se propone indagar etnográficamente en dos organizaciones del Área Metropolitana de Buenos Aires mediadas por tecnologías digitales: un pequeño sindicato tradicional que convocaba asambleas virtuales a través de Facebook y un grupo de WhatsApp de trabajadoras no sindicalizadas; el hilo en común es que el acercamiento y la participación fue posible gracias al uso de plataformas sociodigitales. A partir de la observación participante en estos espacios, se exploran interrogantes varios: ¿cómo experimentan las trabajadoras la participación en espacios colectivos mediados por tecnologías digitales?, ¿qué alcances y limitaciones tiene el uso de las plataformas en su vida cotidiana y en los espacios de participación gremial?, ¿qué otras formas de participación político-sindical existen en los intersticios virtuales? La creación de redes político-sindicales tiene un gran potencial ya que estas pueden modificar las condiciones materiales de las trabajadoras y la defensa de sus derechos laborales, y también son espacios donde se da un proceso de reconocimiento y autovaloración que modifica la forma de concebirse a sí mismas y a sus compañeras en tanto colectivo de trabajo.
Abstract. The domestic service sector in Argentina is significant for many women workers. It is a highly feminized sector, closely tied to caregiving, and extremely diverse due to the variety of tasks, work modalities, and hours involved. Performed behind “closed doors”, this profession inherently faces challenges in unionization and collective organization. This article analyzes the experiences of organization and collective participation sustained through digital mediation by paid domestic workers. The study ethnographically examines two organizations in the Metropolitan Area of Buenos Aires mediated by digital technologies: a small traditional union holding online assemblies via Facebook and a non-unionized workers’ WhatsApp group. The common thread is that engagement and participation were made possible through the use of socio-digital platforms. Several questions are explored through participant observation in these spaces: How do workers experience participation in collective spaces mediated by digital technologies? What are the scope and limitations of using these platforms in their daily lives and union participation? What other forms of political-union participation exist in virtual interstices? The creation of political-union networks has great potential as they can alter workers’ material conditions and defend their labor rights. They can also serve as spaces for recognition and self-valuation that transform how workers perceive themselves and their fellow workers as a collective.
Resumo. O setor de serviços domésticos na Argentina é uma atividade importante para muitas trabalhadoras; trata-se de um setor feminizado, estreitamente vinculado ao cuidado e extremamente heterogêneo, devido às múltiplas atividades que o compõem, suas modalidades e suas jornadas de trabalho. Essa profissão “voltada para dentro” tem em sua gênese as dificuldades em termos de sindicalização e organização coletiva. Assim, o objetivo deste artigo é analisar as experiências de organização e participação coletiva, sustentadas pela mediação digital das trabalhadoras domésticas remuneradas. Propõe-se investigar etnograficamente duas organizações na Região Metropolitana de Buenos Aires mediadas por tecnologias digitais: um pequeno sindicato tradicional que convocou assembleias virtuais por meio do Facebook e um grupo de WhatsApp de trabalhadoras não sindicalizadas; o traço comum é que a aproximação e a participação foram possíveis graças ao uso de plataformas sociodigitais. Com base na observação participante nesses espaços, são exploradas várias questões: como as trabalhadoras vivenciam a participação em espaços coletivos mediados por tecnologias digitais? Quais são os alcances e as limitações do uso dessas plataformas em sua vida cotidiana e nos espaços de participação sindical? Que outras formas de participação político-sindical existem nos interstícios virtuais? A criação de redes político-sindicais tem um grande potencial, pois pode modificar as condições materiais das trabalhadoras e a defesa de seus direitos trabalhistas, além de serem espaços onde há um processo de reconhecimento e autovalorização que modifica a forma como elas concebem a si mesmas e suas colegas como um coletivo de trabalho.