ResumoO trabalho investiga a potência do dispositivo enquanto estratégia criativa e política no documentário contemporâneo, adotando como recorte três filmes brasileiros recentes (Pacific, Rua de mão dupla e Câmara escura). Na análise, destacamos a vitalidade estética de cada obra - como elas enfrentam e sugerem alternativas para questões relevantes na prática documentária -, os pontos de convergência e distanciamento entre as produções, bem como as performances instigadas nos personagens pelo "efeito-câmera": condutas ambivalentes que oscilam entre o crescente anseio de exposição e o desejo de restabelecimento da intimidade. O percurso analítico parte de uma revisão do conceito de dispositivo para, em seguida, mensurar sua aplicação e resultado em cada filme.
AbstractThis paper investigates the power of the "dispositif" as a creative and political strategy in contemporary documentary, adopting as object three recent Brazilian movies (Pacific, Rua de mão dupla e Câmara escura). In the analysis, we highlight their aesthetic vitality - the way they confront and suggest alternatives to important problems in documentary tradition -, their points of convergence and divergence, as well as the performances instigated by "the camera effect" in each of them: ambivalent performances that fluctuate between the growing need of exposure and the strong desire of restoring intimacy. Our analytical course starts with a theoretical review of the concept of "dispositif", followed by a study of its application and results in each movie stated.