Partindo da concepção de multiletramento engajado como praxiologia pedagógica proposta por Liberali (2022) em relação com a pedagogia dos multiletramentos (NLG, 1996; 2021) e a obra de Paulo Freire (1987), este artigo pretende apresentar esta nova abordagem como como possibilidade para a justiça curricular (PONCE, 2019; PONCE; ARAÚJO, 2019). Neste sentido, analisa as ações realizadas pelo Grupo de Estudos Linguagens em Contexto Escolar (Grupo LACE), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), apresentando a estrutura utilizada para a artesania das práticas do grupo, que parte do brincar (LIBERALI; MAZUCHELLI; MODESTO-SARRA, 2021) com atividades sociais para promover a desencapsulação curricular (LIBERALI, 2015; BENTO; LIBERALI, 2021) e a busca pelo bem viver. Ademais, propõe uma discussão sobre o como o brincar, nessas práticas, atua como exercício exotópico, permitindo aos participantes a objetivação das situações de opressão vivenciadas, bem como o retorno crítico a essa mesma realidade com o objetivo de transformá-la. Por fim, demonstra como as características e as ações do multiletramento engajado cumprem as dimensões da justiça curricular.
Based on the concept of engaged multiliteracy as a pedagogical praxiology proposed by Liberali (2022) in relation to the pedagogy of multiliteracies (NLG, 1996; 2021) and the work of Paulo Freire (1987), this article intends to present this new approach as a possibility for curricular justice (PONCE, 2019; PONCE; ARAÚJO, 2019). Thus, it analyzes the actions carried out by the Study Group on Languages in School Context (Grupo LACE), from the Pontifical Catholic University of São Paulo (PUC-SP), presenting the structure used to elaborate the practices which starts from playing (LIBERALI; MAZUCHELLI; MODESTO-SARRA, 2021) with social activities to promote curricular de-encapsulation (LIBERALI, 2015; BENTO; LIBERALI, 2021) and the pursue of good living. Furthermore, it proposes a discussion on how playing acts as an exotopic exercise, allowing participants to reflect about the situations of oppression they experience, as well to return critically to this same reality to transform it. Finally, it demonstrates how the characteristics and actions of engaged multiliteracy fulfill the dimensions of curricular justice.