Pretende-se nesse artigo analisar a concepção de psicologia utilizada por Nietzsche nos escritos do chamado segundo período de sua produção (1876 a 1882). Anunciando-se como primeiro psicólogo da história, o filósofo alemão inaugura uma visão da psicologia associada à fisiologia, consolidando um procedimento fisio-psicológico de análise da origem dos sentimentos morais em vista da derrubada dos idealismos presentes na metafísica, na religião cristã e na arte romântica. Esse expediente remete a uma nova compreensão do próprio indivíduo humano a partir da noção de inocência do vir-a-ser.
This article examines the notion of psychology used by Nietzsche in the writings of the so-called second period of his production (1876 to 1882). Announcing itself as the first psychologist of history, the German philosopher opens a view of psychology associated with physiology, consolidating a process of physio-psychological analysis of the origin of moral feelings in view of the defeat of idealism in the metaphysical, the Christian religion and romantic art. This procedure refers to a new understanding of the individual human from the notion of innocence becoming.