37
views
0
recommends
+1 Recommend
1 collections
    0
    shares
      • Record: found
      • Abstract: found
      • Article: found
      Is Open Access

      Questões de raça na luta contra a violência de gênero: processos de subalternização em torno da Lei Maria da Penha Translated title: QUESTIONS RELATED TO RACE IN THE STRUGGLE AGAINST GENDER VIOLENCE: SUBALTERNITY PROCESSES RELATED TO THE MARIA DA PENHA LAW

      research-article

      Read this article at

      Bookmark
          There is no author summary for this article yet. Authors can add summaries to their articles on ScienceOpen to make them more accessible to a non-specialist audience.

          Abstract

          Resumo A Lei Maria da Penha (LMP) constitui uma enorme conquista na luta pela paridade de gênero. O processo social que resultou na LMP alterou significativamente os termos em que se discutia violência doméstica no país, permitindo que o tema saísse das rodas de especialistas e se transformasse em um ponto importante de debate na esfera pública. No entanto, seus resultados têm sido diversos em relação a diferentes corpos de mulheres. Pesquisas sobre a efetividade da lei mostram que ela tem servido para diminuir a incidência da violência contra mulheres brancas, mas não tem surtido o mesmo efeito para a proteção das mulheres negras. A partir de lentes teóricas fornecidas pelos feminismos negros e dos feminismos pós e decoloniais, pode-se afirmar que a mulher negra vítima de violência é subalternizada, e, neste artigo, é discutido qual o papel da militância e do sistema de justiça nesse processo de subalternização. A intenção é, por um lado, de problematizar – em vez de condenar – estratégias do movimento feminista hegemônico brasileiro na formulação e na fiscalização da lei que contribuem para a reprodução da hierarquia entre as mulheres. Por outro lado, busca-se evidenciar como o Judiciário funciona de modo a manter as hierarquias raciais nas questões de violência de gênero.

          Translated abstract

          Abstract The Maria da Penha Law (MPL) constitutes a great achievement in the struggle for gender parity. The social process that resulted in the MPL significantly altered the terms in which domestic violence was discussed in the country, allowing the issue to leave the circle of experts and become an important point of debate in the public sphere. However, its results have been diverse with respect to different women’s bodies. Data show that the law has served to decrease the incidence of violence against white women, but it has not had the same effect for the protection of black women. Relying on theoretical framework provided by black feminisms and decolonial/postcolonial feminisms, this article presents contends that black women who are victims of violence have been subalternized and silenced, and it discusses the role which the hegemonic feminism and the judicial system play in this process. The intention, on one hand, is to problematize, rather than condemn, strategies of the Brazilian hegemonic feminist movement in the formulation and enforcement of this law, which contribute to the reproduction of hierarchies amongst women. On the other hand, this paper also aims to evidence how the judicial system functions in order to maintain racial hierarchies in questions related to gender violence.

          Related collections

          Most cited references56

          • Record: found
          • Abstract: not found
          • Article: not found

          Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence against Women of Color

            Bookmark
            • Record: found
            • Abstract: found
            • Article: found
            Is Open Access

            Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero

            Tanto os aspectos de gênero da discriminação racial quanto os aspectos raciais da discriminação de gênero não são totalmente apreendidos pelos discursos dos direitos humanos. O presente documento, baseado no crescente reconhecimento de que as discriminações de raça e de gênero não são fenômenos mutuamente excludentes, propõe um modelo provisório para a identificação das várias formas de subordinação que refletem os efeitos interativos das discriminações de raça e de gênero. Este documento também sugere um protocolo provisório a ser seguido, a fim de melhor identificar as situações em que tal discriminação interativa possa ter ocorrido e, além disso, defende que a responsabilidade de lidar com as causas e as conseqüências dessa discriminação deva ser amplamente compartilhada entre todas as instituições de direitos humanos.
              Bookmark
              • Record: found
              • Abstract: not found
              • Book: not found

              Demarginalizing the intersection of race and sex: a Black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and anti- racist politics

                Bookmark

                Author and article information

                Journal
                rdgv
                Revista Direito GV
                Rev. direito GV
                Fundação Getulio Vargas, Escola de Direito de São Paulo (São Paulo, SP, Brazil )
                2317-6172
                2020
                : 16
                : 3
                : e1968
                Affiliations
                [1] Rio de Janeiro Rio de Janeiro orgnamePontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Brazil
                Article
                S1808-24322020000300200 S1808-2432(20)01600300200
                10.1590/2317-6172201968
                3fbe93af-38f0-427d-8690-9d62605601af

                This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

                History
                : 19 March 2019
                : 15 April 2020
                Page count
                Figures: 0, Tables: 0, Equations: 0, References: 57, Pages: 0
                Product

                SciELO Brazil

                Categories
                Artigos

                Maria da Penha Law,Judicial system,Violência de gênero,racismo,subalternidade,Lei Maria da Penha,sistema de Justiça,racism,subalternity,Gender violence

                Comments

                Comment on this article