Abstract This article identifies reasons for Brazilian municipalities overallocating their own revenues to healthcare which, since the promulgation of Constitutional Amendment 29/2000, have progressively expanded them until they far exceed the constitutional minimum. Linear regression models with mixed panel effects were used for the period of 2008-2017. The tested hypotheses are related to the effects of the population scale of the municipalities; the level of economic and social development of the region in which they operate; the degree of incorporation of technological resources of medium and high complexity; the effort spent on basic care; political guidance from municipal governments; and, finally, to allocation to other budgetary functions and sub-functions of interest to healthcare. The results point to two factors which better explain the dependent variable: the population scale in inverse relation, and the concentration of greater technologically complex services in a direct relation.
Resume Cet article identifie les raisons pour lesquelles les municipalités brésiliennes surallouent leurs propres revenus aux soins de santé qui, depuis la promulgation de l'amendement constitutionnel 29/2000, les ont progressivement étendus jusqu'à dépasser largement le minimum constitutionnel. Des modèles de régression linéaire à effets mixtes ont été utilisés pour la période 2008-2017. Les hypothèses testées sont liées aux effets de l'échelle populationnelle des municipalités; au niveau de développement économique et social de la région dans laquelle elles opèrent; au degré d'incorporation des ressources technologiques de complexité moyenne et élevée; à l'effort consacré aux soins de base; à l'orientation politique des gouvernements municipaux; et, enfin, à d'autres fonctions et sous-fonctions budgétaires concernant les soins de santé. Les résultats mettent en évidence deux facteurs qui mieux expliquent la variable dépendante: l’échelle populationnelle en relation inverse et la concentration de services plus complexes technologiquement en relation directe.
Resumo O artigo identifica razões para a superalocação de receitas próprias com saúde pelos municípios brasileiros que, desde a promulgação da EC 29/2000, as ampliaram progressivamente até ultrapassar em muito o piso constitucional. Modelos de regressão linear com efeitos mistos em painel foram utilizados para o período 2008-2017. As hipóteses testadas estão relacionadas aos efeitos da escala populacional dos municípios; nível de desenvolvimento econômico e social da região em que se inserem; grau de incorporação de recursos tecnológicos de média e alta complexidade; esforço despendido com atenção básica; orientação político partidária dos governos municipais; além da alocação em outras funções e sub funções orçamentárias de interesse da saúde. Os resultados apontam para dois fatores que melhor explicam a variável dependente: escala populacional, em relação inversa, e concentração de serviços de maior complexidade tecnológica, em relação direta.