Introdução: Os problemas com a verdade e a falácia na Internet têm vindo a evidenciar-se, tornando-se num mar de navegação perigosa devido à quantidade de falsas verdades, desinformação, informação enganosa ou errónea – um conjunto de conceitos agregados no que é mais conhecido por fake news. O presente estudo argumenta que é necessário recentrar as preocupações com a informação no elemento humano, desenvolvendo intervenções educativas para alterar esta realidade, consciencializando e formando os utilizadores da informação. Especificamente para o combate às fake news, as instituições de ensino superior devem capacitar a sua comunidade para uma navegação segura na Internet, ensinando-a a filtrar os conteúdos que irão utilizar, colocar e disponibilizar para outrem. Estudantes, professores e investigadores devem saber qual a informação de que necessitam, conseguir identificar o que procuram, reconhecer as condições sob as quais a informação pode ser reutilizada de forma ética, assim como o destino que terá, e distinguir entre conhecimento, opinião e comentário. O objetivo do presente estudo é o de conhecer a atuação dos profissionais da informação no combate às fake news, através da análise das estratégias em competências de literacia da informação em contexto académico. Método: Realizou-se uma revisão da literatura indexada na Scopus e na Web of Science, associando fake news e a literacia da informação no contexto do ensino superior. Resultados: A Web of Science apresenta um total de 41 resultados e a Scopus de 22 resultados. A análise aponta para a descrição de iniciativas e projetos oriundos quer de bibliotecas do ensino superior, quer de profissionais da informação do mesmo setor, comprometidos com a causa do combate às fake news. Discussão: A literatura refere que o fator educacional deve necessariamente ser ponderado: a formação de utilizadores motivados para o conhecimento é que lhes permite distinguir a veracidade do que se afirma e identificar qual o cenário para a produção de mais conhecimento. As pessoas melhor preparadas correspondem a indivíduos que assumem como insuficiente a informação disponibilizada pela Internet. As bibliotecas do ensino superior assumem-se como importantes núcleos neste processo: porque se formam e porque formam, mantendo-se atuais e confiáveis. Sugere-se o desenvolvimento de medidas a implementar pelas instituições de ensino superior e pelos profissionais da informação para um eficaz combate às fake news, em especial no contexto académico. Concluiu-se que o conhecimento pode resultar em informação, mas a informação não resulta necessariamente em conhecimento – e a informação pode não ultrapassar o patamar da opinião, pelo que importa reforçar estratégias formativas.