Este artigo relata o caminho seguido pela Psicanálise infantil desde a primeira tentativa de tratar uma criança por meios analíticos realizada por Freud com o pequeno Hans. Expõe os trabalhos de Anna Freud e Melanie Klein, cujas obras diferem diametralmente sobre a possibilidade de estabelecer com a criança uma relação puramente analítica, e os trabalhos de Françoise Dolto e Maud Mannoni que centram o tratamento na escuta do inconsciente e incluem a posição parental. A partir das linhas de trabalho destas psicanalistas procura refletir sobre a questão de saber se o psicanalista infantil deve ou não receber os pais, ou se estes devem ou não aparecer na cena analítica, valendo-se do suporte teórico da Psicanálise francesa de inspiração lacaniana.
This paper describes the Child Psychoanalysis path, since Freud's first attempt with little Hans, to treat a child analytically. First, the author discusses Anna Freud and Melanie Klein's works, whose theoretical positions are antagonistic concerning the possibility of establishing a clear analytic relationship with a child. Second, the author considers Françoise Dolto and Maud Mannoni's works with their focuses on the listening of the unconsciouness and on the parental position during the child's treatment. From these work lines the author intends to ponder if the child psychoanalyst must take parents, or if parents must appear in the analytical setting, based upon theoretical support of french Lacanian Psychoanalysis.