Resumo As ações sociais das pessoas mais velhas para assegurar o envelhecimento saudável não são, apenas e diretamente, uma emanação da política nacional ou transnacional, como a Década do Envelhecimento Saudável das Nações Unidas. Também são permeáveis às aprendizagens que os indivíduos fazem longo da história de vida através das interações com as microestruturas bio-psico-socio-culturais. Neste artigo, pretende-se compreender a vida quotidiana (prática) do envelhecimento saudável em pessoas mais velhas e, portanto, as ações sociais que, à escala do dia a dia, são adotadas em relação à saúde, à doença e aos cuidados de saúde. Os dados recolhidos numa investigação etnográfica com um grupo de 10 pessoas mais velhas (≥ 65 anos de idade) sobre as vivências quotidianas da saúde, doença e cuidados de saúde são analisados com dois modelos analíticos construídos a partir da revisão dos paradigmas históricos da saúde e das teorias sociais da dualidade e da ação social. As principais conclusões são que as ações sociais das pessoas mais velhas são determinadas pela história de vida e pela reflexividade, e assemelham-se à política do envelhecimento saudável nas dimensões que dependem do indivíduo e distinguem-se nas dimensões que dependem dos sistemas periciais de saúde.
Abstract Older people social actions for health are not only a result of national or transnational policy, like Decade of Healthy Aging (United Nations). They are also from individuals’ learnings throughout life history by interactions with bio-psycho-socio-cultural microstructures. This article aims to understand the everyday life (practice) of healthy aging in older people and thus the social actions that, on a day-to-day scale, are adopted in relation to health, illness, and health care. Data collected by ethnographic research with 10 older people (≥ 65 years of age) about health, illness and healthcare are analyzed by two analytical models framed on historical paradigms of health and the social theories of duality and social action. The main conclusions are older people’s social actions in health are determined by life history and reflexivity; and they resemble to individual dimensions of the healthy aging policy, but they differ in the dimensions that depend on health systems.