O carcinoma brônquico é, de todos, o de maior letalidade, responsabilizando-se, anualmente, por maior número de óbitos do que aqueles decorrentes do câncer do cólon, mama e próstata juntos. Seguindo seu curso natural, mais de 50% dos pacientes têm metástases a distância e somente 20 a 25% são potencialmente ressecáveis no momento do diagnóstico, com perspectiva de sobrevida em cinco anos de apenas 14%. Os protocolos de rastreamento, baseados em radiografias do tórax e citologia do escarro, realizados há 30 anos com o intuito de estabelecer o diagnóstico precoce, mostraram maior índice de ressecabilidade e melhores taxas de sobrevida, porém sem causar impacto na redução da mortalidade específica. Nos últimos anos, com o advento da tomografia computadorizada helicoidal de baixa dose e de novas técnicas para análise das secreções respiratórias e da mucosa brônquica, com o potencial para identificar casos de câncer de pulmão em fases mais precoces de sua evolução natural, os protocolos de rastreamento voltam a despertar o interesse. Os autores revisam os protocolos de rastreamento realizados no passado, assim como analisam os estudos prospectivos mais recentes e discutem as perspectivas futuras, destacando suas principais limitações, os problemas metodológicos no seu delineamento e principais vieses que comprometem a interpretação dos resultados.
Lung cancer is the leading cause of death from cancer. More people die each year of bronchial carcinoma than of colon, breast, and prostate cancer combined. More than 50% of the patients will have distant metastases at diagnosis and only 20-25% of these will be localized and potentially resectable, with a five-year survival of 14%. Prior chest radiographs and sputum cytology studies lead to clinically meaningful improvements in stage distribution, resectability and survival, but no disease-specific mortality reductions have been demonstrated. More recently, these techniques have evolved to those of screening by low-dose spiral computed tomography and by the use of specific biomarkers for early detection, thus bringing back interest in lung cancer screening. The authors review screening for lung cancer made in the past, analyze more recent prospective studies, and the prospects for the future, and they point to their main limitations, methodological problems in design, major biases, all of which may invalidate the interpretation of results.