Veinticinco años de movimiento decasségui son un ejemplo de la diáspora brasileña —especialmente japonesa brasileña— dentro del sistema-mundo capitalista moderno. En este contexto, muchos decasséguis se esfuerzan por preservar su identidad brasilera a través de portugués. Sin embargo, el contacto con la lengua japonesa está dando lugar al dekasseguês, variante del portugués caracterizada por el uso de palabras y expresiones japonesas en las conversaciones cotidianas. En este artículo, presentaremos consideraciones relacionadas al dekasseguês así como al prejuicio contra esta variante lingüística y las personas que lo utilizan.
Palabras claves: Dekasseguês, Movimiento decaségui, Migraciones internacionales, Teoría del sistema-mundo, Interculturalidad.
Os 25 anos do movimento decasségui são um exemplo da diáspora brasileira —sobretudo nipobrasileira— dentro do sistema-mundo moderno e capitalista. Nesse contexto, muitos decasséguis se esforçam para preservar sua identidade brasileira através do português. No entanto, o contato com a língua japonesa está dando origem ao dekasseguês, variante do português caracterizada pelo uso de palavras e expressões japonesas nas conversas cotidianas. Neste artigo, apresentaremos considerações referentes ao dekasseguês, bem como ao preconceito linguístico em relação a essa variante e às pessoas que a usam.
Palavras-chave: Dekasseguês, Movimento decasségui, Migrações internacionais, Teoria do sistema-mundo, Interculturalidade.
The twenty-five years of the decasségui movement are an example of the Brazilian diaspora —especially Japanese Brazilian— within the modern capitalist world-system. In this context, many decasséguis strive to preserve their identity through the use of Brazilian Portuguese. However, contact with the Japanese language is giving rise to Dekasseguês, a variant of Portuguese characterized by the use of Japanese words and expressions in everyday conversations. In this article, we present important considerations relating to Dekasseguês, as well as the linguistic prejudice against this variant and the people who use it.
Key Words: Dekasseguês, Dekassegui movement, Internacional migrations, World-System, Interculturality.
Almeida, Karina (2006). «O Japão do Caruso é assim…». Blog Meu Japão . Disponível em: <http://meujapao.blogspot.jp/2006/03/o-japo-do-caruso-assim.html> [Acesso em 2 de fevereiro de 2015].
Bagno, Marcos (2001). «Cassandra, Fênix e outros mitos». Em: Estrangeirismos:guerras em torno da língua , editado por Carlos Alberto Faraco. São Paulo, SP: Parábola Editorial, pp. 49–84.
Bagno, Marcos (2013). Preconceito linguístico: o que é, como se faz . São Paulo, SP: Edições Loyola.
Coelho, Jaime e Yoshifumi Hida (1998). Shogakukan: Dicionário Universal Japonês-Português . Tókio: Shogakukan.
Córdova Quero, Hugo (2009a). «Multiple Hybrids: Japanese Brazilian Migrants Negotiating Their Identities Within the Roman Catholic Church in Japan». Tese de doutorado. Berkeley, CA: Graduate Theological Union.
Córdova Quero, Hugo (2009b). «Promised Land(s)? Ethnicity, Cultural Identity, and Transnational Migration among Japanese Brazilian Workers in Japan». Iberoamericana 31, No. 1 (Primer Semestre): pp. 19–33.
Cornell, Rebecca (1997). «Tex-Mex Dialect or Gidget Goes to Acuna». Em: Between the Cracks of History: Essays on Teaching and Illustrating Folklore , editado por Francis Edward Abernethy. Denton, TX: University of North Texas Press, pp. 226–234.
Dore, Ronald P. (1986). Flexible Rigidities: Industrial Policy and Structural Adjustment in the Japanese Economy 1970–80 . Stanford, CA: Stanford UniversityPress.
Escolástico, Sérgio (2008) «Dekasseguês: uma linguagem inusitada». O Portifúndio , 14 de September. Disponível em: <http://opatifundio.com/site/?p=533#sthash.0JnHGu6N.dpuf> [Acesso em 2 de fevereiro de 2015].
Fontenele Reis, Maria Edileuza (2001). Brasileiros no Japão: O elo humano das relações bilaterais . São Paulo, SP: Kaleidus-Primus.
Gibo, Lucila E. (2014a). «Burajiru no Okinawakei iminshakai ni okeru gengosesshoku ni yotte hasseishita gengo no kenkyuu» [Pesquisa sobre a linguagem gerada através do contacto com a língua da sociedade imigrantes de Okinawa do Brasil]. Tese de doutorado. Okinawa: University of the Ryukyus.
Gibo, Lucila E. (2014b). «O contato linguístico na comunidade okinawana do Brasil e o português falado pelos okinawanos». Encontros Lusófonos 16: pp. 6–19.
Houaiss, Antônio e Mauro de Salles Villar (2009). Dicionário Houaiss da língua portuguesa . Rio de Janeiro, RJ: Objetiva.
Ilari, Rodolfo e Renato Basso (2014). O português da gente: A língua que estudamos, a língua que falamos . São Paulo, SP: Contexto.
Infante, Ulisses (2005). Curso de gramática aplicada aos textos . São Paulo, SP: Scipione.
Kono, Akira (1996a). «Burajiru no porutogarugo · Nihon no porutogarugo» [A língua portuguesa do Brasil e a língua portuguesa do Japão]. Em: Kokuritsu Kokugo Kenkyujo, Nihongo to porutogarugo , Volume 1 [A língua japonesa e a língua portuguesa, volume 1] (Coleção Nihongo to gaikokugo to no taisho kenkyu No. 3 [estudo comparativo entre a língua japonesa e a língua estrangeira]). Tókio: Kokuritsu Kokugo Kenkyujo, pp. 80–93.
Kono, Akira (1996b) «Nihongo to porutogarugo no gengo sesshoku» [Contato linguístico japonês-português]. Em: Kokuritsu Kokugo Kenkyujo, Nihongo to porutogarugo , Volume 1 [A língua japonesa e a língua portuguesa, volume 1] (Coleção Nihongo to gaikokugo to no taisho kenkyu No. 3 [estudo comparativo entre a língua japonesa e a língua estrangeira]). Tókio: Kokuritsu Kokugo Kenkyujo, pp. 13–39.
Koronia Man'yôshû Kankô Iinkai (1981). Koronia Man'yôshû . São Paulo, SP: Editora Grafica Topan-Press.
Leite, Marli Q. (2008). Preconceito e intolerância na linguagem . São Paulo, SP: Contexto.
Linger, Daniel Touro (2001). No One Home: Brazilian Selves Remade in Japan . Stanford, CA: Stanford University Press.
Matsumoto, Edson Luiz, Iraneth Patrício Okawa, Lania Garcia Fukuchima, Míriam Akioma, Patrícia Resende e Patrícia Dias Hadama (2014). «Fluxos migratórios entre Brasil e Japão e a construção de uma língua portuguesa emterras nipônicas». Palestra apresentada no IV Congresso Internacional da Associação Internacional de Linguística do Português (ALIP) — »A Língua Portuguesa na Ásia sob a Perspectiva da Superdiversidade: Ensino, Pesquisa e Promoção». Universidade de Macau, 3 ao 5 de dezembro.
Maxwell, Roberto (2008). «Quem fala dekasseguês». Blog Overmundo Disponivel em: <http://www.overmundo.com.br/overblog/quem-fala-dekassegues> [Acesso em 2 de fevereiro de 2015].
Mollica, Maria C. (2013). «Fundamentação teórica: conceituação e delimitação». Em: Introdução à sociolinguística: O tratamento da variação , editado por Maria C. Mollica e María L. Braga. São Paulo, SP: Contexto, pp. 9–14.
Morizono, Karina (2008). «Quem não fala dekasseguês? Misturando diversos idiomas, os brasileiros criaram uma língua própria no Japão». Gambare! 131 (22 a 28 de Março): pp. 18–20.
Nakagawa, Kyoko Yanagida (2008). «Crianças retornadas ou vindas do Japão: desafios e propostas». Em: Descubra Nikkei –Os emigrantes japoneses e seus descendentes . Disponível em: < http://www.discovernikkei.org/pt/journal/2008/10/21/multiplas-identidades/> [Acesso em 8 de abril de 2015].
Nagoya International Center (NIC) (2005). «Esunikku media kara mita Nihon ni kurasu gaikokujin»[Os estrangeiros que moram no Japão do ponto de vista da mídia étnica]. Chiiki no kokusaika seminā 2005 [Seminário regional sobre internacionalização 2005]. Disponível em: <http://www.nicnagoya.or.jp/japanese/tabunka_kyosei/kokusaika_seminar/2005.pdf> [Acesso em 2 de fevereiro de 2015].
Naro, Anthony J. (2013). «O dinamismo das línguas». Em: Introdução à sociolinguística: O tratamento da variação , editado por Maria C. Mollica e María L. Braga. São Paulo, SP: Contexto, pp. 43–50.
Ota, Junko (2009). «A língua falada nas comunidades rurais nipo-brasileiras do estado de São Paulo - considerações sobre koronia-go» Synergies Brésil 7: pp. 49–56. Disponível em: <http://gerflint.fr/Base/Bresil7/ota.pdf> [Acesso em 13 de fevereiro de 2015].
Pinto, Edith Pimentel (2008). «Léxico». Em: História da Língua Portuguesa , editado por Segismundo Spina. São Paulo, SP: Ateliê Editora, pp. 529–538.
Possenti, Sírio (2001). «A questão dos estrangeirismos». Em: Estrangeirismos:guerras em torno da língua editado por Carlos Alberto Faraco. São Paulo, SP: Parábola Editorial, pp. 163–176.
Rivas, Zelideth Maria (2015, em processo de publicação). «Songs in the Land of Eternal Summer: Beyond Duality in Japanese Brazilian Publication and Colonia Man'yôshû». Comparative Literature Studies 52, No. 4: 42 pp.
Roth, Joshua Hotaka (2002). Brokered Homeland: Japanese Brazilian Migrants in Japan . Ithaca, NY: Cornell University Press.
Shigematsu, Yoshimi (2012) «Zainichi burajirujin kωkωsei · daigakusei no gengo seikatsu to aidentiti» [Hábitos linguísticos e identidade dos estudantes brasileiros de ensino médio e universitários no Japão], Sugiyama Jogakuen Daigaku Kyωiku Gakubu Kiyω / Journal of the School of Education, Sugiyama Jogakuen University 5: pp. 59–68.
Timbane, Alexandre António (2012). «Os estrangeirismos e os empréstimos no português falado em Moçambique». Revista Via Litterae 1: pp. 5–24. Disponível em: <http://www2.unucseh.ueg.br/vialitterae/assets/files/volume_revista/vol_4_num_1/Via_Litterae_4–1_2012_1-ALEXANDRE_TIMBANE_Estrangeirismos-emprestimos_em_Mocanbique.pdf> [Acesso em 10 de abril de 2015].
Tsuda, Takeyuki (2000). Migration and Alienation: Japanese-Brazilian Return Migrants and the Search for Homeland Abroad (The Center for Comparative Immigration Studies Working Papers No. 24). San Diego, CA: The Center for Comparative Immigration Studies/University of California San Diego.
Tsuda, Takeyuki (2003). Strangers in the Ethnic Homeland: Japanese Brazilian Return Migration in Transnational Perspective . Nueva York, NY: Columbia University Press.
Urbano, Hudinilson (2011). A frase na boca do povo . São Paulo, SP: Contexto.
«Você mistura palavras em japonês quando conversa em português? Saiba mais sobre dekasseguês». Isto é Japão! Vivendo e aprendendo [Blog]. Disponível em: <http://www.istoejapao.com/2150/voce-mistura-palavras-em-japones-quando-conversa-em-portugues-saiba-mais-sobre-dekassegues/> [Acesso em 2 de fevereiro de 2015].
Yoshino, Kosaku (1992). Cultural Nationalism in Contemporary Japan: A Sociological Enquiry . Londres: Routledge.
Yoshino, Kosaku (1997). «The Discourse on Blood and Racial Identity in Contemporary Japan». Em: The Construction of Racial Identities in China and Japan: Historical and Contemporary Perspectives , editado por Frank Dikötter. Honolulu, HI: University of Hawai'i Press, pp. 199–211.
Wallerstein, Immanuel (1976). The Modern World System: Capitalist Agriculture and the Origins of the European World Economy in the Sixteenth Century . Nueva York, NY: Academic Press.